Último Dia com Novos Campeões

Nov 11 2019

Último Dia com Novos Campeões

O último dia do Campeonato AS Nacional de Seniores “Jogos Santa Casa” 2019 cumpriu-se este domingo, 10 de novembro, no Pavilhão Multiusos de Odivelas. O segundo dia da ‘Prova Rainha’ do calendário nacional, reuniu 52 Judocas das categorias -48 kg, -52 kg e -57 kg femininas  e -60 kg e -66 kg masculinas.

A manhã voltou a ser marcada pela emoção, com Judo de alto nível entre a ‘Elite Nacional’. As decisões ficaram reservadas para o Bloco de Finais, com 5 Novos Campeões Nacionais a serem coroados.

A vertente feminina foi representada por 15 Atletas de 3 categorias. Raquel Brito (-48 kg), Joana Diogo (-52 Kg) e Mafalda Ezequiel (-57 kg) dominaram no respetivo peso e sagraram-se Campeãs Nacionais.

No masculino, 37 Judocas disputaram o Título Nacional, com 2 categorias em discussão. Francisco Mendes (-60 kg) e David Reis (-66 kg) triunfaram nos seus combates finais, sagrando-se Campeões Nacionais.

A nível coletivo, o Sporting Clube de Portugal foi o clube com mais Atletas no Pódio, com 9 Medalhas (4 Ouro, 2 Prata e 3 Bronze), seguido do Sport Lisboa e Benfica com 5 (2 Ouro, 2 Prata e 1 Bronze) e da Associação Académica de Coimbra com 4 (1 Ouro, 2 Prata e 1 Bronze).

A segunda edição do Campeonato Nacional de Judo Adaptado (Deficiência Intelectual e Síndrome de Down) realizou-se este domingo.

Na vertente de Síndrome de Down, estiveram presentes 23 Atletas que discutiram 8 categorias. Maria Castro Teixeira (-57 kg), Maria Ribeiro (-63 kg), Susana Basilissa Sampaio (+63 kg), Nelson Emanuel Silva (-55 kg), Paulo Lino (-66 kg), Diogo Corte (-73 kg), André Vieira (-81 kg) e Paulo Jorge Lemos (+81 kg) foram os melhores nas suas categorias e subiram ao pódio como Campeões Nacionais. Paulo Lino (-66 kg), Diogo Corte (-73 kg) e André Vieira (-81 kg) somaram o seu segundo título e sagraram-se Bicampeões Nacionais.

Com 25 Judocas nos tapetes, a vertente de Deficiência Intelectual contou com 10 categorias em ação.  Liliana Fernandes (A -57 kg), Juliana França (B -63 kg), Maria Isabel Nunes (A -78 kg), Cláudia Tavares (A +78 kg), José Alberto Rocha (A -66 kg), Vasile Sava (A -73 kg), Noel Gonçalves (A -81 kg), João Carlos Ribeiro (A -90 kg), José Ramos (A +90 kg) e João Branco (B +100 kg) conseguiram destacar-se dos demais, alcançando o Título Nacional.

Relembramos que, à semelhança  do Campeonato Nacional Paralímpico deste sábado, estas competições surgem na sequência da aposta da FPJ no Judo Adaptado e Inclusivo, com o apoio do Principal Patrocinador  – Jogos Santa Casa (JSC).

Santa Casa (JSC).

O Pavilhão Multiusos de Odivelas recebeu também o Campeonato Nacional de Absolutos, que se realizou em simultâneo com as outras provas deste domingo. Com 20 Judocas a lutar pelo Título masculino, Vasco Rompão foi o grande o vencedor, ao derrotar Dorin Paladin numa final equilibrada. No feminino, com 4 Atletas em prova, Joana Crisóstomo superou a concorrência de Bárbara Timo, Ana Kokeza e Marta Loureiro, para alcançar o Título Nacional.

 

Declarações:

Joana Diogo – Campeã Nacional -52 kg

“Foi uma vitória muito importante para mim porque foi a primeira vez que estou a combater nos -52 kg nos Campeonatos Nacionais. Realmente esta vitória abre-me caminho para ir mais longe. O grande objetivo é adaptar-me a este tipo de judo e olhar para os Jogos de Paris. Na verdade, quando se combate numa ‘pool’, todos os combates são uma final, temos que lutar contra todas e para sermos vencedoras temos de derrotar todas. Costumo combater com alguma regularidade com a Patrícia Matias e ela para mim é uma adversária difícil, foi logo o primeiro combate e foi importante ganhar para ficar mais confiante para o resto da competição. Quanto à Teresa Santos, já a conhecia e tínhamos treinado juntas, mas nunca tinha competido contra ela. A Maria Sousa foi uma atleta que já não via há muito tempo e nunca tinha visto o seu judo, não sabia o que esperar. Estou realmente a adaptar-me bem aos -52 kg. A força já tinha, sempre tive, agora é mais o estilo de judo.”

 

David Reis – Campeão Nacional -66 kg

“Foi uma final complicada, o meu adversário começou melhor que eu e depois tive de arranjar rapidamente uma solução para conseguir dar a volta, que acabei por conseguir mesmo em cima do tempo. Já tinha concretizado o sonho de ser campeão há 3 anos, mas agora revalidar o título foi ótimo. Estou já a preparar a próxima competição europeia, na próxima semana aqui em Odivelas. Aproveito e deixo aqui um convite a todos os portugueses para nos virem apoiar e ajudar a renovar o título europeu do Sporting Clube de Portugal, precisamos da força de todos.”

 

Jorge Fernandes – Presidente da Federação Portuguesa de Judo

“Estou muito contente por esta jornada de judo. O pavilhão tem estado sempre muito bem composto, estão presentes muitos atletas. Este domingo temos 4 campeonatos nacionais – o Absoluto, Síndrome de Down, Deficiência Intelectual e Seniores. Sinto que todos estão muito satisfeitos com esta integração. Estava agora a relembrar o que o Djibrilo (atleta cego) fez ontem, uma técnica – Tomoe nage – ao nível de qualquer outro atleta olímpico que pôs o pavilhão em delírio. Há espaço para todos, todos podem cair e devem saber levantar-se. Olhamos para as bancadas e vemos a alegria em todos e a enorme força de vontade dos responsáveis em organizar estas competições. Para a semana continua a jornada com os melhores clubes europeus a disputarem o título da Champions League aqui em Odivelas. Faço votos que os clubes nacionais aproveitem o facto de estarem a combater em casa, que tudo lhes corra bem e consigamos defender o título para Portugal. Temos bons atletas, precisamos apenas também de um bocadinho de sorte.”

 

Catarina Rodrigues – Diretora de Atividades da Federação Portuguesa de Judo

“É verdadeiramente uma maratona de judo que começou esta semana com esta competição nacional e que antecede a Champions League e a Europa League da próxima semana. É uma maratona inclusiva, o ano passado a Federação começou com este modelo, incluindo no campeonato nacional de seniores no sábado o judo paralímpico (atletas cegos ou de baixa visão) e hoje o judo adaptado (síndrome de Down e deficiência intelectual). Parece-nos que esta é que é verdadeira inclusão. Os atletas têm a mesma zona de aquecimento, os mesmos tapetes e as mesmas medalhas. Como é evidente o judo paralímpico e adaptado têm algumas regras específicas de acordo com as próprias deficiências, mas já temos um árbitro internacional que participou nos Jogos Paralímpicos e outros a nível nacional que já têm formação nesta área. No caso concreto de hoje é uma questão de bom senso na arbitragem porque os atletas têm características físicas diferentes. Em termos de organização requer um reforço na equipa. Temos um conjunto de pessoas mais dedicado a este grupo de atletas e contamos com o apoio dos Treinadores que os conhecem bem  e que nos dizem como devemos agir. É, sem dúvida, um desafio novo e precisamos de quem está mais habituado com estes judocas. Já o ano passado todas as pessoas que estiveram em Odivelas ficaram sensibilizados para esta ação, viram uma versão do judo que muitos não conheciam e a alegria destes atletas veio reforçar esta decisão.”

 

 

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